Um problema enfrentado pelas organizações atualmente é a falta de engajamento dos profissionais, proveniente da ausência de expectativas positivas que muitos deles sentem em relação a suas carreiras. Essa insegurança reflete na realidade encontrada nas empresas: vários profissionais com talento, habilidade e boas oportunidades, e entre eles líderes, estão bem longe de onde poderiam estar principalmente por não terem autoconhecimento e autoliderança.
“Quem é capaz de auto liderar-se ultrapassou isso e por ter uma visão de longo prazo e foco em sua carreira, disciplina-se e engaja-se com facilidade. É claro que a empresa também tem um papel fundamental na construção de um ambiente que valorize esse profissional e permita que ele cresça e se desenvolva”, afirma Alexandre Prates, especialista em liderança e desenvolvimento humano.
A principal característica deste colaborador é a capacidade de assumir a responsabilidade por sua vida e carreira. Ele não terceiriza os erros, acumulando desculpas para justificar a sua incompetência. Essa pessoa sabe agir tendo a certeza de que é a protagonista da sua trajetória. Outro fator importante é a sua naturalidade para comprometer-se com as corporações, afinal ela já é comprometida primeiro com a própria carreira. Esse profissional sabe que o verdadeiro reconhecimento é aquele que vem dos resultados de suas ações e não em palavras vazias ou premiações padronizadas.
É fácil identificar quem autolidera
No geral, os demais colaboradores veem este indivíduo como um exemplo a ser seguido, pois ele lida com todo mundo com transparência e as pessoas reconhecem suas qualidades.
“Na prática, temos visto que isto acaba sendo muito mais motivo de orgulho, respeito e admiração do que de conflitos, especialmente para aqueles que compreendem que o caminho do autoconhecimento, melhoria contínua e mudança, costumam ser vias essenciais para se atingir uma carreira sólida”, observa Fernando Montero Capella, diretor da Capella RH.
Entretanto, a autoliderança tanto pode servir de exemplo para outros profissionais como ser também motivo de desavenças e inveja. É possível que uma minoria de pessoas, que ainda necessite de chefes para dizer o que fazer e como fazer, encontre dificuldade com essa postura, inclusive porque algumas culturas organizacionais ainda não estão preparadas para recebê-la.
“Por se tratar de um profissional que se destaca, isto causa certo desconforto nos outros. Mas é fácil de contornar a situação, dependendo da maneira que ele se relaciona com seus colegas, ou seja, sua atitude, sua fala, seu modo de tratar as pessoas e como ele se relaciona nos níveis mais elevados (gerência, presidência, etc.), ele poderá realmente ser visto como um empregado diferenciado e referenciado pelos próprios colegas. As pessoas aceitam muito bem quem as trata com respeito e consideração, mas rejeitam com muita veemência se ocorre o contrário”, garante o sócio-diretor da Kaminarh Consulting, Fernando Camilo.
Pratique sua autoliderança
Os consultores Alexandre Prates, Fernando Camilo e Fernando Montero indicaram 6 passos fundamentais para ajudar você a estimular sua autoliderança:
1. Assuma a responsabilidade: compreenda que você é o único responsável pela sua vida e carreira;
2. Busque o autoconhecimento: você jamais se tornará líder de si mesmo se não souber, de fato, o que o motiva, o que o sabota, o que dispara as suas emoções e principalmente, quais valores o movem;
3. Suporte os julgamentos: tornar-se líder de si mesmo traz muitos ganhos, mas também perdas. Uma delas é ser julgado por ter uma postura diferente dos demais e não contentar-se a com a mediocridade. Logo, confiar no que está fazendo e ultrapassar a barreira dos julgamentos torna-se fundamental;
4. Conheça o lugar onde trabalha: procure enxergar qual é a visão de futuro de sua empresa, pois este é o sonho da organização e de seus fundadores. Tente alinhar seu projeto de vida profissional/carreira a essa visão – esta atitude ajudará você a direcionar melhor sua energia na consecução de seus objetivos e metas esperados pela empresa e trabalhar sua melhoria contínua como pessoa;
5. Conheça seus colegas de trabalho: desenvolva sua autoestima e estabeleça relações de confiança dentro da organização, isto ajudará você a aumentar sua energia emocional e sua empatia;
6. E se você já é um líder: entregue pequenos projetos para aqueles profissionais que você deseja desenvolver a autoliderança, acompanhe os resultados, critique, oriente se houver desvio do objetivo, mas sem esquecer-se de elogiar e recompensar o sucesso da empreitada. As pessoas são capazes. Às vezes, são os líderes que inibem os profissionais a atuarem mais livremente, mais confiantes em si mesmos, e, por vezes, podem estar perdendo excelentes oportunidades de desenvolvimento de sua equipe.
Fonte: Portal Catho
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