Ser criativo é uma característica bastante exigida no universo corporativo atual. A competência de pensar diferente e inovar pode destacar o profissional perante a grande concorrência do mercado. Mas como estimular a criatividade no dia a dia?
Existe um mito por trás de profissionais considerados criativos. No meio empresarial o termo “criatividade” é visto como algo para poucos e, muitas vezes, estes indivíduos são taxados como os gênios e os mais talentosos da organização. Mas, na verdade, a capacidade de criar está na natureza de todos nós – alguns têm mais, outros menos.
O potencial de criar deve ser desenvolvido através do estímulo de coisas simples e da prática do dia a dia, como, por exemplo, o profissional ser exigido para executar um trabalho que saia do padrão. “Quanto mais ideias a pessoa tem, ou precisa ter, mais o cérebro desenvolverá essa habilidade. O aspecto externo também é muito importante, e quanto mais repertório e referências o indivíduo tiver, maiores as chances de ser criativo”, explica Conrado Schlochauer, sócio-diretor do LAB SSJ.
De acordo com Schlochauer, pessoas que lidam bem com o erro acabam traduzindo isso em liberdade, e conseguem criar mais. “O que as empresas buscam são pessoas com visão crítica, opinião própria, que possam fazer algo diferente”, aponta.
Componentes da criatividade
Segundo teoria de Teresa Amabile, professora da Havard Business School, e que impactou bastante o mundo acadêmico e corporativo com sua obra The Social Psychology of Creativity (1983), o fator primordial da criatividade é a motivação intrínseca dos indivíduos.
Ela afirma que os três componentes para a criatividade são:
- Expertise - Conhecimento sobre a área, treinamento e capacidades técnicas desenvolvidas. Ou seja, não é possível ser criativo em uma realidade onde não se tenha conhecimento.
- Capacidade Criativa - Capacidade de olhar para os problemas, pensar os problemas, os resolver, e olhar para o contexto geral.
- Motivação - As pessoas são mais criativas quando motivadas intrinsicamente, ou seja, esimuladas pelo empenho, prazer, descoberta pessoal e satisfação pelo próprio trabalho.
O papel das empresas
A criatividade não precisa ser encarada como algo revolucionário e “que mude o mundo”, mas sim algo mais simples. Ela deve ser vista como um recurso para flexibilizar a atuação em um ambiente com mudanças constantes, exatamente como acontece nas corporações.
Organizações que permitem que seus colaboradores entrem na zona de risco acabam dando maior liberdade para a criatividade. Criar é “pensar fora da caixa”, inovar, e quanto mais sai do padrão, maiores os riscos e incertezas a empresa terá.
“Quando dou minhas palestras, perguntou se existem pessoas criativas naquele momento. Poucos levantam a mão. Quando questiono quem consegue resolver problemas, muitos se manifestam. Mas, na verdade, solucionar problemas e ser criativo é a mesma coisa!”, conta o diretor do LAB SSJ.
Com essa liberdade de pensar e atuar, o engajamento dos profissionais é algo que naturalmente acontece. Construir um ambiente de criação faz com que o funcionário se sinta parte do contexto, pois enxerga que pode contribuir do seu jeito no desenvolvimento da empresa.
“Todos nós fomos crianças e já tivemos o lado lúdico e criativo mais aflorado. O diferencial está em permitir e deixar brotar ideias que sejam valorizadas pela cultura da organização onde atua”, opina Judite Wey, especialista em criatividade e inovação.
Para ela, onde mais devemos permitir a criação é em nós mesmos. “Acabamos ‘matando’ um pensamento diferente por autojulgar que não presta”, completa.
Fonte: Portal Catho
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