Quando tentamos iniciar projetos ou colocar em prática uma ideia, nos deparamos com aquela sensação de inércia, geralmente, causada por bloqueios que poderão atrasar algumas tarefas e, até mesmo, o desempenho de modo geral. Somos bombardeados diariamente com informações, tecnologias e desafios que tendem a provocar uma trava mental, resultante, do receio do novo, do medo à rejeição e, também, da impaciência na espera da aplicabilidade de um processo.
Quando assumimos um projeto, por vezes, os bloqueios nos impedem de iniciá-lo por nos sentirmos incapazes de realizar a tarefa. Para Fábio Zugman, especialista em gestão de carreira, “os bloqueios podem se manifestar de várias formas. A pessoa evita a tarefa, arranjando outras coisas para fazer ocupando seu tempo, podem cair na boa e velha procrastinação, navegando na Internet e fazendo outras atividades que ‘parecem’ trabalho, mas, não são”.
É comum que estas pessoas adiem ou deletem tudo o que começam a fazer e podem até se pegar olhando para uma tela em branco, sem saber por onde começar. As sensações negativas como, desespero, sentimento de fracasso e incapacidade, faz com que acabem desistindo ou realizando um trabalho inferior, “em geral, são medos específicos de arriscar, de que o projeto não dê o resultado esperado e que isso coloque em risco a reputação da pessoa”, explica Sílvio Celestino, sócio-fundador da Alliance Coaching.
Este desconforto é ocasionado pelas expectativas de um projeto, como começar em um novo emprego, montar uma empresa ou escrever um livro – situações que podem parecer gigantescas no começo. É preciso entender que cada projeto é composto de vários passos, que devem ser dados um de cada vez. O que acontece quando as pessoas se sentem bloqueadas é que elas esperam resolver tudo em uma única vez ou esperam que seu trabalho e resultado final fiquem prontos e perfeitos na primeira tentativa.
“Geralmente, qualquer projeto de maior porte e resultado incerto envolve uma sequência de passos com vários erros e refinamentos. Isso é especialmente arraigado na época dos estudos, em que o erro é sempre punido e as respostas certas recompensadas. É precisa entender, no entanto, que fora do mundo acadêmico, os erros devem ser valorizados como parte do processo de aprendizado”, explica Zugman.
Para driblar bloqueios é importante sermos justos, identificando as causas e efeitos destas travas, pois no mundo corporativo vivemos a expectativa de novos acontecimentos diariamente e a vontade de criar e de trazer uma solução crível para os negócios, muitas vezes, é barrada por processos burocráticos. Para Sílvio, desenvolver a capacidade de comunicação e de gerir conflitos são ferramentas importantes para vencer bloqueios. “Treine a escuta ativa, ou seja, a capacidade de comunicar-se por meio de perguntas relevantes ao seu interlocutor, de forma a fazê-lo pensar e agir de forma mais favorável a uma ideia ou projeto”, explica Celestino.
Administrando conflitos
É importante saber comunicar as pessoas responsáveis por esses bloqueios e a relevância de um projeto ou ideia, destacando o que agregará na operação da empresa ou para o cliente. Assim, todos estarão alinhados e contribuirão, em vez de criar ainda mais barreiras.
Outro fator importante é compreender que uma ideia pode ser simples para quem a teve, porém, quem recebe levará um tempo para aplicá-la, ou seja, administrar a impaciência e processar melhor uma sugestão é primordial para desbloquear as atividades. De acordo com Zugman,“quando temos uma ideia, é preciso prepará-la para o resto do mundo, e até adaptar de acordo com as opiniões que recebemos. O problema é que existe um mito de que as ideias nascem prontas e são frutos de seus criadores, e muitas pessoas as tratam quase como ‘filhas’. Uma ideia, quando está na cabeça de alguém, é apenas o embrião e tem muito a ser melhorada no caminho da sua realização. Não veja os passos como ‘burocracia’, mas, sim, como oportunidades de saber a visão dos outros, melhorar e mudar para torná-la cada vez mais viável”.
Após a administração de possíveis conflitos é hora de agir, coloque na cabeça que o momento certo para começar uma atividade ou mudança pode nunca aparecer. Então o melhor a fazer é iniciar a caminhada, mantendo-se alinhado com os superiores e com seus propósitos, “enfim, aprenda a argumentar com fundamento para que seja ouvido e respeitado nos momentos em que bloqueios surgirem”, conclui Celestino.
Fonte: Portal Catho
Nenhum comentário:
Postar um comentário